segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ao Lobo com carinho

AO LOBO COM CARINHO

Um lobo que esqueceu de atacar há muito tempo
entre galhos e arbustos procura o seu lugar.

Até que encontra cordeiros recém criados do mundo dispostos à aprender
ensiná-los , ou os comer?

Aprender

Cordeiros perdidos, que não se iludiram com a "realidade"
E juntos, insaciavéis, desejam caçar
em meio à floresta densa,
encontraram alguns livros e liras indefesos
e se surpreeeram ao ver as páginas os atacar.


Vorazes e incansáveis as palavras absorviam
Fascinados com toda sabedoria de tal ser
rastejaram, murmuraram de dor,
sem terem levado um golpe.


Ao se depararem com tamanho horror da humanidade
O lobo os acorda, os desperta
Com suas palavras de sábio poeta
os manda correr.

Com tanta loucura e mentira escrita nos livros
o lobo quis ensinar por si só a vida
não valia mais a inteligência
mas agora a sabedoria
era disso que os cordeiros precisavam.


Os sentimentos oprimidos e aprisionados
Precisavam de libertação, e um pouco de alegria
O Lobo os libertou através das palavras
Puras, únicas e impensadas que os entresteciam
eram desconhecidas
coisa que só lobo entendia

De predador o lobo não tinha nada
Fez dos pequenos verbos e versos escadas
Pra consolar os pequenos cordeiros,
e transforma-los em apaixonados.

Os fez esquecer do que era o amor dos homens,
os ensinou o amor verdadeiro
o instinto, a ferocidade, a pureza dos estrofes...

E quando mais se interessaram pelo ensino
o lobo os abandonou,
para aprenderem o resto sozinhos.

Pois confiou na maturidade dos pequenos
Mas costuma sempre os acompanhar ao longe
como o pai que não os criou
mas os ensinou
como crescerem sozinhos.

E em resposta os pequenos
Escrevem esse singelo poema
Para aquele que os guiou
De modo incondicional


à ensinarem outros pequenos cordeiros
a nao se conformarem com essa realidade imposta
a criarem sua própria realidade
e assim seguirem em frente, fortes.

Escrevendo seus próprios passos,
Trilhando seus caminhos paralelamente,
mesmo assim distantes,

Mas unidos por algo que nem eles sabiam,
algo que os tornavam especiais,
e comuns a todos.

Era a vontade de aprender,
enquanto ensinavam.


Bob Jester & Mila Knox

domingo, 25 de novembro de 2012

Poço da Tortura

Poço deTortura

Me liberte desse inferno de sensações
Me retire  desse limbo nauseante
Desse furacão cruel e lascivo de emoções
Onde me afundo em lama, não há caminhos adiante
Sufoca-me as palavras entaladas
Vergonhosas de serem ditas
A única forma de liberta-las é regorgitando
em poças ácidas e  fétidas
Para um público macabro, pessoas malditas
Que vendo meu sofrimento seguem andando
 se alimentam de minhas feridas
Então tente me ajudar pobre herói entediado
Dê um sentido a sua vida
Entre nesse buraco de escarnecedores
E  tente salvar uma pobre alma perdida
Ainda tenho esperanças que meus versos
tristes, rancorosos e por vezes repletos de terror
Um dia virem lindos poemas floridos
Que arranquem risadas e suspiros de amor





Mila Knox

domingo, 18 de novembro de 2012

Mundo Único de uma Menina Surpresa

Mundo Único de uma Menina Surpresa

Se quero escolher amigos pelo que acho justo,
talvez nem eu mesmo seria adepto da própria confiança.
Se fosse escolher a felicidade,
que não fosse acompanhada pela paz.

São dois cães mordendo o pescoço um do outro,
ambos em coleiras,
chamadas dor e amor.
Uma prende como a outra
mas no fundo são semelhantes entre si.
O animal que mais morde o outro,
é o que eu mais capricho a tigela.

Porque os sonhos são os mesmos que nos movem,
os risos que nos fazem sorrir são os mesmos que nos fazem chorar.

Já parou pra pensar
e censura são os mesmos?

Se existe mesmice demais nesse mundo,
uma não se compara a outra,
mas se completam.

Não há espaço para romantismo num mundo que precisa antes de tudo da beleza que ele mesmo mata.

Porque entre beijos e tapas desferidos,
ambos nascem pelo mesmo motivo.

(Bob Jester)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

INTENSA

INTENSA

Se aparento calma, doçura
Por outro lado sou tormenta
Sempre insatisfeita, quase sempre insegura
Se minha beleza te convence
Não posso evitar que se engane ou se iluda
Por dentro há horror e um poço de arrogância
Que assim como um vulcão
Espera a hora certa de acordar
Para que com seus ácidos destrua,
Mate e devaste, os que ousam me contrariar
Sou tempestade, furacão
Em uma noite calma e abafada
Estrelada, instável, pronta a surpreender
Talvez decepcionar, amendontrar
Te seduzir, amar e depois simplesmente se esvair
MILA KNOX

sábado, 3 de novembro de 2012

PRETÉRITO DO PRETEXTO

PRETÉRITO DO PRETEXTO

E saber que não me pertence
Esse lugar ou outro qualquer
abre as profundas feridas
Que na verdade nunca se fecharam

E perceber que não me compreende
Ser esta, a outra, ou apenas mulher
Perdida em promessas, entre avenidas
com inveja das que ja amaram

e ver que estou doente
e você não me acolher
nessas vindas e idas
de sentimentos que há muito me mataram.

(Camila Gouvêa/Mila Knox)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"T"

"T"

E sempre chega a hora
De se  contorcer e implorar mais
Por mais beijos
Mais carícias
E a saudade dos delírios aperta
O corpo transpira libidinosamente
Dor, urgência, agora...
Espera dolorosa
E inevitavelmente o ventre
Grita e geme por mais!
Mais de você!
Mais prazer!

domingo, 28 de outubro de 2012

SIMPLES ASSIM!


SIMPLES ASSIM!

Simplesmente você enxerga
Que não há alegria que nunca acabe
Muito menos sofrimento que dure para sempre
Simplesmente você sente
Essa coisa que comove
Que causa festa, alvoroço
Rebuliço, inveja e até guerra
Simplesmente você se torna
Algo inexplicável, inexpugnável
Aquilo que locomove o mundo
O misto abismo de paixão, urgência e ardor
Simplesmente você aceita e assume
Que não há palavras, nem disfarces...
Não há saída, ou valvula de escape
Você se entrega!
E simplesmente é AMOR!!

CAMILA GOUVÊA

terça-feira, 23 de outubro de 2012

:D

: D

( Entre Todos Os Outros )



As dores no corpo

e o ardor das marcas

de batalha da noite

passada

ao teu lado

me lembram

um passado,

tão próximo e tão real,

e me fazem sorrir

entre todos os outros

que ao meu redor

caminham por aí tão sérios

e não compreendem

a minha felicidade

tão escancaradamente

estampada no meu rosto!



( Roder )

PERSPECTIVA

Perspectiva
E o tempo sempre cruel

De um lado avisando que falta pouco

o final esta por vir

Exige o sossego, a estabilidade...

Precisa de segurança



Sempre, sempre cruel...

Do outro lado avisando que se viveu pouco

Há tantos lugares pra ir

Exige desapego, diversidade

Precisa de festa, dança...



O tempo, desatento, nem percebe

Que há muito foi esquecido

Não precisamos de muito

Só de um olhar bem vindo de quem recebe

Nosso sentimento, e entorpecido diz:

-Dane-se o maldito tempo!



( Camila Gouvêa )
 
 

CIRANDA DA CORDA

CIRANDA DA CORDA



Roda, gira

Pra chegar

Gira e roda

Pra partir

Roda, gira

Pra enganar

Gira e roda

Pra assumir

De volta, em volta

Envolta em dor

Se volta pra dentro

Gira, roda...

Acorda, introduz

A introdução da corda

No pescoço

O salto descalço

O pêndulo humano

E o corpo não mais grita

Só roda e gira



( Mila Knox )

Cinzas

Cinzas



O eco do silêncio

Tic tac faz as horas

O eco do momento

Tanto faz quem sou agora

Tudo que restava

Do pouco que sobrou

Se foi com o tempo, se foi com outros

E agora só há um jeito

De me lembrar quem sou

Dizer meu próprio nome

Sussurrado, surrado e disforme

Mesmo assim, sou pouco

Sou restoDe mim você não sobrou



( Mila Knox )

:)

: )



Ah!...

vamos falar de amor?



Não!



O amor não precisa

ser discutido,pensado

ou filosofado.

O amor precisa ser sentido

e vivido intensamente,

mesmo com todos os seus

conhecidos riscos,

porque quando amamos

tudo o mais decorre

e nada mais tem

tanta importância assim!


( Roder )
LOBO MAU
Drena os sonhos da minha infância
Os suga como mel
Destruindo toda esperança
Colocando fogo em meu carrossel
Assassina a bailarina
Que habita na caixinha
Joga as peças na latrina
Sussurra: Está sozinha!
Canta as cantigas da inocência
Me despindo de pudor
Revela-me a indecência
Se deleita em meu horror
Mata as borboletas e as exibe como troféu
Me roda na ciranda até a risada virar pavor
Até o doce mais doce fica amargo como féu
E no fim ele diz que isso tudo se chama AMOR!
( Mila Knox )

PESAR

PESAR
É tanta dor em um espaço tão pequeno
Tanto veneno no peito
Tanto jeito de se machucar
Tanto pesar por quase nada
Tanta fachada de sentimento
Tanto sofrimento ao amar
Tanto fundamento sem razão
Tanto coração amargurado
Nessa incessante busca
De simplesmente
Se sentir amado.
( MILA KNOX )
CONFUSÃO




E no meio de tanta tormenta
eu não peço quase nada
Não preciso de miúdos
Não preciso de razão
Sofro sim, e sofro calada.
A insanidade me alimenta.
O ódio me condena.
Sussuros, gemidos e ruídos
me levam à desolação.
A vontade de viver é pequena
em meio a esse caos de sentimentos
Fazendo eu me sentir
mais uma viciada em solidão.
Decido não reagir nesses momentos
Não vou insistir na questão
existir, interagir, lutar por espaço...
Quando vc sabe que no final
tudo isso vai te levar pro buraco
e ninguém vai ter compaixão
( Mila Knox )

Sem Medo

Sem medo,
só a doce agonia 
de ter você.
Sem culpa,
só desejo e fantasia.
Busco por prazer.
Esqueço meus rancores
Nada tenho a perder
Sem pudores, sem juízo
me liberto das correntes
Sempre vou ceder 
aos meus instintos
Porque agora tanto faz 
Afoguei meus amores
Venha e tente me conter
Satisfaça-me se for capaz
E simplesmente não procure entender.

( Mila Knox )
PSIU!



Não cruze meu caminho

Não me dirija palavras

Não me importa se esta acompanhado ou sozinho

Se suas idéias são novas ou usadas

Já vi suas muitas máscaras e seus vários lados

Nenhum deles me interessam ou mesmo me atraem

Só aquele que pode ser revelado com um machado

Faca, ou qualquer objeto afiado

Que dever ser tão inútil

Quanto suas mentiras, palavras

E conversas fúteis...

Imprestável, ignorante

Ignóbil, desprezível

Se te consola vc tem uma útilidade:

Servir de fertilizante!!

( Mila Knox )
Há tempos que não me vejo



Há tempos que não me vejo

não me percebo

não me encontro

Há tempos que não me escuto

não me conheço

não me permito

Há tempos que não me amo

não me acaricio

não me arrumo

Há tempos que no tempo

não há nada

só silêncio... vazio... tristeza...



( Mila Knox )
Desalento





Saia e me deixe sozinha com minha dor

Nada do que você disse mudará minha condição

O meu conforto é no vazio não no amor

O meu vazio não é calma, mas sim confusão

Houve um tempo em que acreditei

que a alegria se instalaria na minha vida... ilusão...

Mas cansada de esperar me entreguei

a esse sentimento desgraçado... desolação...

Não quero que me console, ou tente me alegrar

Quero a calma da cama fria

E não há nada nesse mundo que me possa consolar

Prefiro me vestir com sarcasmo e ironia

Então saia, me poupe de sua piedade

Não preciso de suas orações durante o dia

Muito menos de sua amizade



( Mila Knox )

EQUILIBRAR

Equilibrar
E na balança da vida
Peso tudo
Minhas dores e frustacões
Feridas e lágrimas
Peso até mesmo o pesar
Por deixar que minhas decisões
Se tornarem frustrações de outros
Cada dia mais coisas a pesar
As consequências de minhas atitudes
Os encontros de minha razão
Minha vontade de amar
Os desencontros do meu coraçao
Tentar fazer o correto
Escolhendo se seria eu ou o outro a se machucar...
( Mila Knox )

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

BURACO

Buraco



No buraco que cai

Não existe coelho branco

Muito menos mundo encantado

Nenhuma perspectiva de sair

Só agonia e pranto

Um vestido abarrotado...



Nesse buraco tenebroso

Ninguém me convida para tomar chá

A lagarta não vira borboleta

O cavaleiro não passa de um medroso

Nenhum socorro vai chegar

Só escuridão ... simples... preta...


( Mila Knox )

REDENÇÃO


REDENÇÃO

Por trás da fechada bonita 
Há dores e grandes prisões 
Desejos, manias... vida parasita 
Nada de quietude ou paz, apenas compulsões

E todos que a cercam 
Nem percebem que há algo errado
Garotas como ela não pecam
Nunca arrumam namorado 

Então ela decide acabar
Não aguenta se sentir culpada
Esse mundo vai deixar
Na esperança de toda dor ser aliviada

Se trancou
Se despediu da vida se olhando no espelho ...
Se cortou
O mundo ficou vazio e vermelho...

Ninguém esperava
Fez enquanto todos dormiam
Enquanto as horas passavam
Sua alma partia
(Mila Knox)