terça-feira, 25 de junho de 2013

=O

Sabe aquelas horas que você fica com saudade de você mesmo? Que você fica nostálgica, pensando em momentos que pode ser você mesmo, sem preocupações, sem ocupações, sem obrigações... Se pertencer, falar sem medo, não ter segredos, seguir o que se sente, seja numa relação, situação ou momento. Chegar em casa e poder jogar os pés para o alto, poder dormir a hora que quiser, sem se preocupar com hora de acordar, com coisas a fazer. Saudade de escutar música no volume máximo, não se constranger com gargalhadas. Saudade de sair a hora que quiser e voltar só quando cansar da rua. Saudade de cantar no chuveiro, não se preocupar com dinheiro, com postura ou opinião alheia. Saudade de deitar e sonhar acordada... Atender o portão sem se importar de estar de chinelos e meias. Chupar o caroço da manga, comer pão com ovo, mortadela e mostarda, dizer o que pensa sem medo de virar piada, tentar lamber o cotovelo, dormir de bruços, quebrar o celular, ter um ataque de manha porque acabou o sonho da padaria ou porque sua mãe não te deu nem bom dia... Nem pensar em olhar as noticias e simplesmente ver desenhos animados o dia todo. Não pensar na despensa, no freezer nem na conta de água/luz/telefone/tv a cabo/internet...Vontade de tirar uma folga do que você se tornou e ter um dia do que você realmente é!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Convexidade




Convexidade

Em meio a silêncios inquietos
E quietudes silenciosas
Me confronto com pensamentos
Que pensam em confrontos
Com pessoas sem imaginação
Imaginando essas pessoas
A buscar o seu sustento
Sustentando sua busca
Com as vidas alheias
Ficando assim alheias a sua própria vida

Mila Knox

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Abandono


Abandono

Criança não adianta derramar suas lagrimas no gramado
É vão sofrer e lamentar pelo sangue derramado
Simplesmente há aqueles malditos que se alimentam da pureza
Profanando os dias e escritos
Tesouros arrancados da tristeza
Não chore por mim criança, ou pegue em minha mão
Não a levarei daqui, aprenda a ser forte
E se tiver sorte aprenderá a viver nesse mundo sombrio de solidão.

Mila Knox


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Miss Chaos

Miss Chaos

Eu me escondi por todos esses dias
Em busca de abrigo e sanidade
Dentro de minha própria mente

Sarando minhas feridas
E tendo a tão sonhada felicidade
Que quando se foi me deixou doente

E quando estava confortável
Sentada em uma poltrona aconchegante
Ela simplesmente bate a porta

De uma forma aterrorizante, nada amável
Com sua bagagem suja e sufocante
Fazendo com que eu desejasse estar morta

A donzela do medo sempre me acha
Não importa onde eu esteja
Cedo ou tarde ela bate à porta
Cedo ou tarde ela chega...

(Mila Knox)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Menino

Menino

É só um menino
que nunca pode sair para brincar
Via a felicidade dos outros
pela grande janela azul do quarto

É só um menino
Que com as palavras se colocava a sonhar
Com ruas encantadas e morte de seus monstros
Que os seguiam e os deixavam farto

É só um menino
Que aprendeu sozinho e solitário
A se defender com estrofes e sonetos

É só um menino
Que se sente um verdadeiro otário
Quando conta seus segredos


Mila Knox


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Amor e Confiança

Amor e Confiança

E a felicidade que todos sonham
Enfim esta aqui, nesse momento
Completa, alegre e voluptosa
Só não me ensinaram como viver
Nesse estado de amor e confiança,
Onde o que passou não vale a pena remoer
A estrada é limpa e fresca, nunca tortuosa
E a raiva virou apenas um sentimento
Uma birra de criança, sem fundamento, perante aos que todos anseiam!


Camila Gouvêa


segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ao Lobo com carinho

AO LOBO COM CARINHO

Um lobo que esqueceu de atacar há muito tempo
entre galhos e arbustos procura o seu lugar.

Até que encontra cordeiros recém criados do mundo dispostos à aprender
ensiná-los , ou os comer?

Aprender

Cordeiros perdidos, que não se iludiram com a "realidade"
E juntos, insaciavéis, desejam caçar
em meio à floresta densa,
encontraram alguns livros e liras indefesos
e se surpreeeram ao ver as páginas os atacar.


Vorazes e incansáveis as palavras absorviam
Fascinados com toda sabedoria de tal ser
rastejaram, murmuraram de dor,
sem terem levado um golpe.


Ao se depararem com tamanho horror da humanidade
O lobo os acorda, os desperta
Com suas palavras de sábio poeta
os manda correr.

Com tanta loucura e mentira escrita nos livros
o lobo quis ensinar por si só a vida
não valia mais a inteligência
mas agora a sabedoria
era disso que os cordeiros precisavam.


Os sentimentos oprimidos e aprisionados
Precisavam de libertação, e um pouco de alegria
O Lobo os libertou através das palavras
Puras, únicas e impensadas que os entresteciam
eram desconhecidas
coisa que só lobo entendia

De predador o lobo não tinha nada
Fez dos pequenos verbos e versos escadas
Pra consolar os pequenos cordeiros,
e transforma-los em apaixonados.

Os fez esquecer do que era o amor dos homens,
os ensinou o amor verdadeiro
o instinto, a ferocidade, a pureza dos estrofes...

E quando mais se interessaram pelo ensino
o lobo os abandonou,
para aprenderem o resto sozinhos.

Pois confiou na maturidade dos pequenos
Mas costuma sempre os acompanhar ao longe
como o pai que não os criou
mas os ensinou
como crescerem sozinhos.

E em resposta os pequenos
Escrevem esse singelo poema
Para aquele que os guiou
De modo incondicional


à ensinarem outros pequenos cordeiros
a nao se conformarem com essa realidade imposta
a criarem sua própria realidade
e assim seguirem em frente, fortes.

Escrevendo seus próprios passos,
Trilhando seus caminhos paralelamente,
mesmo assim distantes,

Mas unidos por algo que nem eles sabiam,
algo que os tornavam especiais,
e comuns a todos.

Era a vontade de aprender,
enquanto ensinavam.


Bob Jester & Mila Knox